home

« Home | 16.118.035.591 píxeis de Arte » | Gala dos 120 anos da AAC » | Latada 2007 » | Revol - Álbum a caminho » | #Portfolio# Cores de Outono... » | Actividades dos Alunos de História da Arte » | Curiosidade... » | #fotografia# Nikon Vs Canon » | Novo ano lectivo, novos desafios... » | Até Já »

a Arte do Voyeurismo


Vi um artigo sobre Kohei Yoshimyuki, na Sábado (nº 183), que fez um trabalho original e inovador no mundo da fotografia dando origem a uma das exposições mais originais que ouvi falar. Fui logo pesquisar mais informações sobre este Fotógrafo lendo vários artigos e entrevistas que ele deu.


Quando Yoshimyuki era fotógrafo amador andava a fotografar um arranha-céus num parque de Tóquio á noite e após ter visto um casal a praticar relações sexuais escondidos no parque ele pensou para si mesmo “Isto é algo que tenho de fotografar”, mas não fotografou porque estava muito escuro e o flash iria denuncia-lo. Isto foi em 1971. Depois passou os 6 meses seguintes a conviver com voyeurs nos parques a estudar o seu comportamento até se tornar um deles. Entretanto pesquisou material para tirar fotogafias no escuro e encontrou algum material da toshiba mas que tinham deixado de ser fabricado, entretanto a kodak lança uma maquina de 35 mm com filme infravermelhos e um flash, chamado sunpack flash unit, que lançava uma pequena luz vermelha confundindo-se com um carro ao longe. Após ter o material necessário para fotografar, passou nove anos como voyeur a fotografar todas as cenas que via sem nunca ter sido apanhado. Fotografou não só cenas de sexo em parques como os voyeurs de volta deles que chegavam a tocar no casal, estas imagens mostram a realidade ser voyeur e o seu universo doentio de prazer em olhar para outros.
As imagens são de uma naturalidade única porque as pessoas que aparecem nas fotos nem sonham que estão a ser fotografadas, nem os casais nem voyeurs por isso não tem encenações.


Após esta série de fotografias o autor Kohei Yoshimyuki escolhe as melhores e faz uma exposição original, na galeria Komai em Tóquio, no qual ele chamou de “Parque”, imprimiu as fotografias em tamanho natural, desligou as luzes da sala e deu uma lanterna a todos os que iam ver a exposição para tentar criar um ambiente o mais realista possível. Também lançou um livro com o nome da exposição. Esta exposição foi muito polémica por causa do tema e das fotos, então no final da exposição o Autor destruiu as fotografias, mudou de cidade e deixou de dar nas vistas fazendo trabalhos mais pequenos.


Passados quase 30 anos kohei “renasceu” porque foi considerado como um fotógrafo brilhante num livro sobre a história internacional da fotografia (lançado á 5 meses), muito graças ao seu trabalho na fotografia infravermelha. Museus de Arte Contemporânea Norte Americanos compraram a sua obra e a Galeria Yossi Milo em Nova Iorque acolhe a exposição “Parque”, desta vez uma exposição normal e não como em 1979.

O que me fascinou neste fotógrafo foi como uma "mania" ou até mesmo "doença" deu origem a uma exposição brilhante em 1979 e ao mesmo tempo ajudou na evolução do infravermelho. Após esta exposição a procura de maquinas, filmes e flashes infravermelhos aumentou tanto que permitiu o desenvolvimento desta área. (Não, não vou começar a andar por ai a tirar fotos durante a noite a casais...)

Mais fotografias deste artista aqui.