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sábado, 10 de novembro de 2007

a Arte do Voyeurismo


Vi um artigo sobre Kohei Yoshimyuki, na Sábado (nº 183), que fez um trabalho original e inovador no mundo da fotografia dando origem a uma das exposições mais originais que ouvi falar. Fui logo pesquisar mais informações sobre este Fotógrafo lendo vários artigos e entrevistas que ele deu.


Quando Yoshimyuki era fotógrafo amador andava a fotografar um arranha-céus num parque de Tóquio á noite e após ter visto um casal a praticar relações sexuais escondidos no parque ele pensou para si mesmo “Isto é algo que tenho de fotografar”, mas não fotografou porque estava muito escuro e o flash iria denuncia-lo. Isto foi em 1971. Depois passou os 6 meses seguintes a conviver com voyeurs nos parques a estudar o seu comportamento até se tornar um deles. Entretanto pesquisou material para tirar fotogafias no escuro e encontrou algum material da toshiba mas que tinham deixado de ser fabricado, entretanto a kodak lança uma maquina de 35 mm com filme infravermelhos e um flash, chamado sunpack flash unit, que lançava uma pequena luz vermelha confundindo-se com um carro ao longe. Após ter o material necessário para fotografar, passou nove anos como voyeur a fotografar todas as cenas que via sem nunca ter sido apanhado. Fotografou não só cenas de sexo em parques como os voyeurs de volta deles que chegavam a tocar no casal, estas imagens mostram a realidade ser voyeur e o seu universo doentio de prazer em olhar para outros.
As imagens são de uma naturalidade única porque as pessoas que aparecem nas fotos nem sonham que estão a ser fotografadas, nem os casais nem voyeurs por isso não tem encenações.


Após esta série de fotografias o autor Kohei Yoshimyuki escolhe as melhores e faz uma exposição original, na galeria Komai em Tóquio, no qual ele chamou de “Parque”, imprimiu as fotografias em tamanho natural, desligou as luzes da sala e deu uma lanterna a todos os que iam ver a exposição para tentar criar um ambiente o mais realista possível. Também lançou um livro com o nome da exposição. Esta exposição foi muito polémica por causa do tema e das fotos, então no final da exposição o Autor destruiu as fotografias, mudou de cidade e deixou de dar nas vistas fazendo trabalhos mais pequenos.


Passados quase 30 anos kohei “renasceu” porque foi considerado como um fotógrafo brilhante num livro sobre a história internacional da fotografia (lançado á 5 meses), muito graças ao seu trabalho na fotografia infravermelha. Museus de Arte Contemporânea Norte Americanos compraram a sua obra e a Galeria Yossi Milo em Nova Iorque acolhe a exposição “Parque”, desta vez uma exposição normal e não como em 1979.

O que me fascinou neste fotógrafo foi como uma "mania" ou até mesmo "doença" deu origem a uma exposição brilhante em 1979 e ao mesmo tempo ajudou na evolução do infravermelho. Após esta exposição a procura de maquinas, filmes e flashes infravermelhos aumentou tanto que permitiu o desenvolvimento desta área. (Não, não vou começar a andar por ai a tirar fotos durante a noite a casais...)

Mais fotografias deste artista aqui.

quarta-feira, 7 de novembro de 2007

16.118.035.591 píxeis de Arte

Última Ceia - Leonardo Da Vinci

A Última Ceia, a par da Mona Lisa, é uma obras mais conhecidas de Leonardo como Pintor. Esta obra foi pintada entre 1495 e 1497 tendo sido alvo de inúmeras restaurações desde o Séc XVI. A Última ceia não passa de um cenário teatral construido de acordo com as regras da perspectiva central. As linhas de perspectiva encontram-se no olho direito de Jesus Cristo que faz dele a figura central desta Obra de Arte. Esta pintura representa o momento após Cristo ter dito aos seus discípulos: "Em bem verdade vos digo que um de vós me irá trair". Após Jesus Cristo ter afirmado o acto de traição eminente, Leonardo recriou a reacção geral da mesa nesta Belíssima Pintura cheia de dinamismo, emoções, reacções e gestos. Esta obra foi feita para o refeitório do convento Santa Maria delle Grazie em Milão, era destinada aos monges que lá comiam e que viviam diariamente com este sendo obrigados a relembrar este episódio da Bíblia Sagrada.



Esta breve explicação da obra serve para informar e talvez despertar o interesse sobre esta fotografia de alta resolução que na realidade são 1677 fotos juntas que formam 16.118.035.591 píxeis. Na fotografia podemos ver a decomposição da obra deste grande mestre ao pormenor e os traços originais da pintura.

Neste mesmo website (onde diz Other Works) também tem disponível a obra de Gaudenzio Ferrari, Vita di Cristo, Andrea Pozzo, Gloria di Sant'Ignazio e a Cupola di Novara tudo em alta definição para um estudo ou observação completa. Naturalmente que nada substitui a magia de ver estas obras ao vivo, apesar deste conceito ser uma mais valia a quem se dedica ao estudo da História da Arte.

P.S. Obrigado JPW pelo mail a indicar o site!

segunda-feira, 5 de novembro de 2007

Gala dos 120 anos da AAC


Desde já os meus sinceros parabéns a esta grande instituição cultural, desportiva e politica que éa Associação Académica de Coimbra.

Num momento de união pelos 120 anos, muitas das secções culturais e desportivas uniram-se para um evento único, interessante de qualidade excepcional apesar de algo incompleto…

Os 120 anos da AAC foram contados de maneira original e engraçada através de uma conversa entre avô e neta que pretende entrar no ensino superior mas ainda não sabe qual o estabelecimento de ensino. Assim desde o 1º dia até à manif dos anos 90 foram contadas as aventuras politicas, culturais e desportivas de maneira original através de um esforço conjunto da maioria das secções da AAC.

As Secções, Pró-Secções, Organismos Autónomos, Grupos Académicos, Casas Académicas (e outros que possa estar a esquecer) são mais que muitos (e ainda bem, só mostra a grandeza da AAC) e a maioria não pode colaborar directamente na festa mas de certeza que não foi por falta de vontade.

Continuando, o Avô mostra à sua neta a história da AAC desde o 1º dia, mostra as lutas culturais e académicas, mostra a crise de 1969 de maneira muito profunda e original, explica as festas académicas até os anos 60/70 mas esqueceram-se de contar como foi o reaparecimento da Queima das Fitas nos anos 80. O Avô mostra à neta a maior manifestação de estudantes dos anos 90 esquecendo-se da manifestação de 5 de Novembro de 2003 que juntou 15 mil estudantes contra o aumento das propinas (mais 5 mil do que a enorme manif dos anos 90). Falam muito da perseguição politica feita aos alunos através dos tempos mas esqueceram-se de algo que todos nós testemunhamos, o 20 de Outubro de 2004. Até eu me esqueci desse dia até ter visto o reitor ao lado do "monumento" que se encontra nos jardins da AAC e que representa esse triste dia da nossa história. Não percebo porque é que esse dia não foi mencionado. Sou apologista que haja boas relações entre a Reitoria e os Alunos mas há acontecimentos que não devem ser esquecidos nem postos de parte... No fim a neta decide ir para Coimbra e tentar marcar a diferença na AAC pelos direitos dos estudantes em plena magna com uma Moção aprovada por maioria.

No final toda a gente comeu bolo e viu o (longo) fogo de artificio que deu por encerrado este dia de festa...

PARABÉNS AAC!!

Latada 2007




Após mais uma Queim... Latada (a minha ultima como estudante universitário) achei por bem fazer um comentário geral a esta festa que devia de pertencer aos Caloiros.

A nível de espaço, tirando a zona VIP, acho que foi um espaço muito acolhedor e que resultou bem para as suas intenções. A zona das barracas não me pareceu má excepto o volume do som, que perturbou os grupos de musica que compunham o Sarau Académico, por fim haviam poucos wc's e a zona de comida e bebida pareciam bem colocados (apesar dos preços demasiado altos).



Enquanto aos concertos David Fonseca, Blasted e José Cid foram os mais animados e que puxaram pelo publico, claramente os melhores concertos. The Gift e Squeeze Desiludiram-me um bocado, Xutos e Pontapés teve uma fraca audiência (comparado com os outros anos). Os The Cynicals foram a única banda a representar Coimbra em palco (tirando os grupos do concurso de bandas).



O público encheu o recinto no Sábado (muito graças aos estudantes do Secundário) e Terça. Nos restantes dias a afluência não foi assim tão grande. Apesar do espaço ser o mesmo da queima, o recinto da latada é mais pequeno por isso um recinto cheio nesta latada equivale a um dia normal na Queima das Fitas.

Em resumo, foi uma latada diferente no espaço, igual nos concertos e igual a uma Queima nos preços e na mentalidade.

Sei que o pavilhão universitário deixou de ser opção desde o ano passado, se foi por causa de autorizações ou preços de aluguer então gostava de saber o que é que o pavilhão tem de "universitário"...

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